22 julho 2007

a pergunta - Rosário de La Cerda e Pablo Neruda


Seus versos são como ele mesmo: ternos, amorosos, apaixonados, e terríveis em sua cólera. Era forte e sua força a sentiam todos os que dele se aproximavam. Era um homem privilegiado, dos que nascem para grandes destinos. Eu sentia a sua força e o meu prazer maior era sentir-me pequena a seu lado.

Entrou na minha vida, como ele proprio diz num verso, botando a porta abaixo. Não golpeou a porta corn timidez de namorado. Desde o primeiro instante, ele se sentiu dono do meu corpo e da minha alma. Fez-me sentir que tudo mudava em minha vida, essa pequena vida minha de artista, de comodidade, de brandura, transformou-se como tudo em que ele tocava.

Não sabia de sentimentos menores, nem sequer os aceitava.

Deu-me o seu amor, com toda a paixão de que ele era capaz, e eu o amei como nunca acreditei que fosse capaz de amar. Tudo se transfor­mou na minha vida. Entrei num mundo que antes nunca sonhei que pudesse existir. Primeiro tive medo, houve momentos de dúvida, mas o amor não me deixou vacilar por muito tempo.

Este amor me dava tudo. A ternura doce e simples quando buscava uma flor, um brinquedo, uma pedra de rio e me entregava com seus olhos úmidos de uma ternura infinita. Suas grandes mãos eram, nesses momentos, de uma brandura doce, e em seus olhos brilhava então uma alma de criança.


Rosário de La Cerda


Amor meu,
me compreende,
te quero toda,
dos olhos aos pés e unhas,
por dentro,
e toda a claridade, a que guardavas.

Sou eu, meu amor,
quem bate à tua porta.
Não é o fantasma,
não é a que antes se deteve
defronte de tua janela.

Eu boto a porta abaixo:
entro em toda a tua vida:
vou viver em tua alma:
tu não podes comigo.

Tens que abrir a porta,
tens que me obedecer,
tens que abrir os olhos
para que eu saiba deles,
tens que ver como ando
com passos pesados
por todos os caminhos
que, cegos, me esperavam.

Não me temas,
sou teu,
mas
não sou passageiro, nem o mendigo,
sou teu dono,
o que tu esperavas,
e agora entro em tua vida,
para não sair mais,
amor, amor, amor,
para ficar.

Pablo Neruda

Amadíssimo Senhor


Sou SUA, eterna e indubitavelmente.
Nenhuma certeza é tão clara como saber que é Dono de mim inteira: corpo, alma e tudo o mais em que dividem as pessoas... Amo-LHE mais que a minha própria vida! E estou aqui para LHE servir sempre, com alegria, amor e desejo.

beijos felizes e emocionados


SUA maria da luz


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