26 julho 2007

canção de volta à aldeia - Maria de Lourdes Horta


enluaraste meu caminho de regresso
às urzes e giestas. Me enluaraste a vereda
onde grilos continuam a tocar realejos
entre a relva de seda

ensolaraste o moínho cuja roda
moía eternas águas rendilhadas

orvalhaste as lajes alcatifadas
de musgos - passagem para a ribeira transparente
de areias cintilantes
seixos lavados
peixes fosforescentes

me perseguiste entre os trigais
macios
Devolveste o aroma aos roseirais
bravios
E as campaínhas
de nosso riso claro
ergueram revoadas
de pardais
em fuga para a quinta encantada
onde o pavão abria em leque sua cauda

pousaste andorinhas
em meus beirais
encontraste o trevo
oculto no paúis

Talhaste um concha de cortiça
para bebermos água
daquela fonte
que pranteia, incessante
sua mágoa
nos ombros do monte

assustaste as abelhas
e seu zumbido
centelhas
de sol
crepitando em meu ouvido

Me enfeitaste com brincos de cerejas
e em meu chapéu prendeste margaridas

Estilhaçaste o rutilante espelho do poente
ao tocares o sino da minha aldeia
e as estrelas acudindo ao teu chamado
se foram espalhando pelos campos
virando pirilampos.

canção de volta à aldeia - Maria de Lourdes Horta

Amadíssimo Senhor

tudo é maravilhoso e mágico Consigo!
a água é mais límpida e canta,
as andorinhas e gaivotas Nos saúdam dançando,
o mar se enrola e desenrola preguiçoso e feliz,
o sol sorri para Nós,
a brisa é doce e cheira a rosas
e
o Universo todo parece em harmonia!
Sou SUA para sempre
porque só assim vivo feliz!

beijos cheios de doçura e luz

eternamente SUA maria


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