16 abril 2007

sal - Jorge de Sena






Conheço o sal do leite que bebemos

Quando das bocas se estreitavam lábios
E o coração no sexo palpitava.

Conheço o sal dos teus cabelos negros
Os louros ou cinzentos que se enrolam
Neste dormir de brilhos azulados.

Conheço o sal que resta em minhas mãos
Como nas praias o perfume fica
Quando a maré desceu e se retrai.

Conheço o sal da tua boca, o sal
Da tua língua, o sal de teus mamilos,
E o da cintura se encurvando de ancas.

A todo o sal conheço que é só teu,
Ou é de mim em ti, ou é de ti em mim,
Um cristalino pó de amantes enlaçados.
Jorge de Sena

Amadíssimo Senhor
Quando criança a minha mãe sempre me contava a história da princesinha
que amava ao rei como as pedras brancas do sal
e que por isso era castigada,
até que o rei, ficando sem sal, percebeu que a comida não tinha gosto
e também, o tamanho do amor que a princesinha havia declarado...
O Senhor é o meu sal, o meu mel, a minha pimenta...
enfim... todos os temperos...
a minha vida sem o Senhor é insossa...
não tem graça...
beijos de todos os sabores
SUA maria

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