26 maio 2010

aguarela - Maria, boneca de trapos, inspirada em Rainer Maria Rilke

 
"Quero viver como se o meu tempo fosse ilimitado. (…)

Todas as portas,
E os gonzos a ranger sob a ferrugem
Incontornável
Reequilíbrio entre
A língua
De areia e a borda d’água

E os dentes das colinas

O toque O atlas O ponto
De não retorno

- A geopolítica das emoções -,

Do que me lembro, na época
As bagas amadureciam no felpo manso do sono

Das folhagens Os lírios Os nardos
E os rios,
Juravam, unívocos, aos sete ventos:
Haveriam de se decifrar na própria água ...

Como se o tempo do devir
Nos fosse delimitado por paredes escassas,
Aguarela

Intransponível forma donde
Desse longínquo presente
Se faz passado,

...
Aproprio-me de um linha
Um traço em tudo tão diferente
Um ponto.
Reteso o pescoço
Coluna grega - panteão dos deuses,

A minha saia de brocado,

O murmúrio do caruncho
Nas traves nos contrafortes
O nasalado do vento nos cabelos dos pássaros
O levante dos barros
O recolhimento a ensimesmar-se na contracção
Das coxas ________Efémera a faca com que se degola
A voz da alma. Volta sempre. E por bastas vezes,
e apenas,
somos
aguarela...

Maria, Boneca de Trapos

"Quero me recolher, me retirar das ocupações efémeras.
Mas ouço vozes, vozes benevolentes,
passos que se aproximam e minhas portas se abrem..."
Rainer Maria Rilke

Amadíssimo Senhor

mais um mês de absoluta submissão já se passou
e tão delicioso que parece que voou

Quero viver devagar
e degustar cada instante desse Nosso vínculo tão lindo...

As nuvens cinzentas passam
e o sol do Nossos sentimentos continuam a Nos aquecer:
o Senhor continua a ser a luz dos meus dias
e eu continuo a alegrar os SEUS dias com a luz do meu sorriso
que brota da sinceridade da minha alma tão SUA!

Nosso amor( e... ouso dizer amor) é intenso e verdadeiro!
e ao mesmo tempo fluido
 espalhando a Nossa alegria numa aquarela dos tons da paixão e do deleite...

beijos de todas as cores,
impossíveis de se achar mais doces e mais submissos
e com gostinho de contos de fadas ... de felizes para sempre

SUA maria da luz

08 maio 2010

a vida se tingiu de violeta... - Pablo Neruda


De tanto amor minha vida se tingiu de violeta
e fui de rumo em rumo como as aves cegas
até chegar em tua janela:
tu sentiste um rumor de coração quebrado

E ali da escuridão me levantei a teu peito,
sem ser e sem saber fui à torre do trigo,
surgi para viver entre tuas mãos,
me levantei do mar a tua alegria.

Ninguém pode contar o que te devo, é lúcido
o que te devo, amor, é como uma raiz
natal de Araucânia, o que te devo, amado

É sem dúvida estrelado tudo o que te devo,
é o que te devo é como o poço de uma zona silvestre
onde guardou o tempo relâmpagos errantes.

violeta - Pablo Neruda


Amado Sir Stephen

a quem tanto devo
nessa minha vida intensa e apaixonada
a quem devo esse sorriso largo
essa pele que arrepia de emoção
as lágrimas de alegria
os olhos estrelados
e a unidade do desejo...

beijos doces e com perfume de madressilvas

SUA maria da luz