12 setembro 2006

marcas - Naldo Velho (adaptada)

Lentamente,
A partir de um roçar de pernas,
Um olhar travesso,
Pupilas dilatadas,
Narinas afrontadas,
Gotas quentes de orvalho,
Na verdade o TEU orvalho
Brotando pelos poros
A escorrer vadio,
A molhar-TE por inteiro
E o fruto da peçonha
A escorrer dos TEUS lábios
Que assim tão sem-vergonha
Tocam os meus lábios
Meu Deus, quanto veneno!
Ofereço-TE a carótida
Para que bebas do meu sangue,
Sirvo-TE do meu corpo
Para que comas a minha carne,
Banquete dos insanos!
Em TUAS mãos meus seios,
Misturo-me aos TEUS pêlos,
Enrosco-me nos TEUS pêlos,
Rasgo a TUA roupa,
Simbiose tão perfeita
Entre a água, a terra e o fogo,
Entre a rocha, o vento e o mar.
TE vejo cavalgando
O meu corpo impunemente,
Rédea entre os dentes
E as TUAS mãos dementes
Devastam a minha mente,
Os TEUS gritos, gemidos,
Penetram-me os ouvidos
E ficam lá latentes,
São como um presente
Que eu não posso recusar.
Do TEU colo um olho d'água
Inunda o meu corpo,
TEU cheiro é uma marca,
Que eu sei!
Nunca mais vai se apagar.
poesia - adaptação de poesia do Naldo Velho
as SUAS marcas estão em toda a parte, meu Senhor
e por isso o meu mundo é tão rico e tão feliz!
beijos apaixonados
SUA maria

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